INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LITERÁRIOS


Sobre as teorias de Cândido, acerca do comentário, analise as afirmações que seguem:

 

I- Comentário é essencialmente o esclarecimento objetivo dos elementos necessários ao entendimento adequado do poema.

II- Benno von Wiese diz que o comentário corretamente entendido é um vestíbulo da interpretação.

III- O comentário é tanto mais necessário quanto se afaste da poesia de nós, no tempo e na estrutura semântica.

IV- O comentário é uma espécie de tradução, feita previamente à interpretação, inseparável dela essencialmente, mas teoricamente podendo consistir numa operação separada.

 

São verdadeiras as afirmações contidas em:


II, III, IV.


I, III, IV.


I, II, IV.


I, II, III, IV.


I, II, III.

Com base na leitura do capítulo "O equipamento cultural do estudioso de literatura o problema da relação entre a crítica e a erudição", assinale a alternativa que mostra a controvérsia que se manifestou desde as primeiras décadas do século XX.


A discussão sobre o que deve e o que não deve ser levado em conta no estudo da obra literária.


Os questionamentos sobre a imitação presente nas obras literárias.


A discussão sobre o estruturalismo nas análises literárias.


O debate sobre questões científicas presentes nos romances de ideias.


Os questionamentos sobre a estética da recepção.

Com base nos estudos realizados no capítulo “Noção de Literatura”, analise as afirmações que seguem:

I.A literatura é considerada um domínio heterogêneo e não um domínio complexo, como definido por Wellek.

II.Segundo Wellek, a literatura é um domínio complexo, deixando subentendido que, para defini-lo, seria necessário considerar todos os seus aspectos em conjunto.

III.Culler defende que apesar do caráter manifestamente central do conceito de literatura, deve-se perceber que não há uma definição satisfatória da linearidade para a questão.

IV.A consciência do caráter heterogêneo da literatura fez com que estudiosos preocupados, não somente com a definição da literatura, mas com a sua problematização começassem a discutir a legitimidade desta noção.

V.De acordo com Frye, as exigências da significação das estruturas verbais literárias externas são secundárias, pois as obras literárias não pretendem descrever ou afirmar a realidade.

 

São CORRETAS as afirmações contidas em:


I, III, IV, V.


II, III, IV, V.


I, II, III, IV, V.


I, II, IV, V.


I, II, III, IV.

Com base nos estudos realizados no capítulo “Noção de Literatura”, analise as afirmativas abaixo:

 

 I-       O fato de nos depararmos com duas definições de literatura prova que o domínio da literatura não é uno, não é homogêneo, mas é um domínio que inclui instâncias de natureza diferente, que são os gêneros, o que faz com que ela só possa ser considerada como uma entidade funcional, nunca como uma entidade estrutural.

II-      Para que uma entidade possa ser considerada “estrutural” é preciso que ela constitua um domínio heterogêneo, ou seja, todas as instâncias que assumem uma mesma função, ou seja, que estão incluídas nessa entidade, têm de possuir uma natureza comum e apresentar as mesmas propriedades.

III-    O que inviabiliza toda e qualquer tentativa de definição da literatura, não é outra coisa senão o caráter heterogêneo deste domínio.

IV-   Na medida em que as características do que se considera como literatura relevam de instâncias ou gêneros diferentes, há como estabelecer um conceito incontroverso de literatura.

 

Estão CORRETAS as afirmativas:


I e IV


II e III


III e IV


I e III


II e IV

Após estudar os capítulos do livro “Introdução aos estudos literários”, analise as afirmativas a seguir e coloque C para as alternativas que forem corretas e E para as que forem erradas:

 

( ) Os conhecimentos que são relevantes para o pronunciamento crítico devem ser entendidos como conhecimentos preliminares em relação a esse julgamento, ou seja, são aqueles conhecimentos que nos permitem entender a obra de maneira adequada antes de iniciarmos a nossa apreciação, antes de principiarmos a julgá-la.

( ) São esclarecimentos objetivos dos elementos necessários ao entendimento adequado da obra.

( ) Não podemos mais nos voltar exclusivamente para a estrutura interna da obra literária, acreditando que ela possa fornecer ao analista todos os elementos para o seu próprio esclarecimento, e considerar circunstanciais e somenos (no que se refere à interpretação) os elementos dados pela investigação erudita (linguísticos, históricos, biográficos).

( ) O leitor crítico pode desempenhar sua missão restringindo-se ao trabalho de análise literária propriamente dita, sem recurso a uma visão mais ampla. Isto porque a estrutura interna da obra não fornece ao analista todos os elementos para o seu próprio esclarecimento e o estudioso precisa lançar mão dos elementos dados pela investigação erudita (linguísticos, históricos, biográficos).

 

Assinale a sequência CORRETA:


C C E E


E E E C


E C E C


C E C E


C C C E

Com base nos quatro capítulos estudados, analise as afirmações que seguem:

I- O problema da relação entre a crítica literária e a erudição histórica, podemos adotar apenas uma posição: negamos que a erudição histórica possa contribuir para o conhecimento da obra literária.

II- Os conhecimentos literários indispensáveis ao estudioso da literatura são aqueles que dizem respeito às tradições e convenções literárias.

III- As tradições e convenções literárias envolvem as noções de gênero literário, de período, movimento ou escola literária.

IV- Os conhecimentos não literários indispensáveis ao estudioso da literatura são aqueles que podem, de alguma maneira, contribuir para elucidação de obras literárias e que constituem os chamados "quadros de referência" da literatura.

V- Os chamados "quadros de referência" da literatura são constituídos por biografia, história social e política, filosofia, antropologia, sociologia, economia, ciência e outras artes.


São corretas as afirmações contidas em:



I, II, IV, V.


II, III, IV, V.


I, II, III, V.


I, III, IV, V.


I, II, III, IV.

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. 

“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957). 

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:


 ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... 


 Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... 


 ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. 


Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... 


... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ...

Texto I 

OS TUMULTOS DA PAZ 

O amor ao próximo está longe de representar um devaneio beato e piedoso, conto da carochinha para enganar crianças, desavisados e inquilinos de sacristia. Trata-se de uma essencial exigência pessoal e política, sem cujo atendimento não nos poremos a serviço, nem de nós mesmos, nem de ninguém. Amar ao Próximo como a si mesmo é, por excelência, a regra de ouro, cânon fundador da única prática pela qual poderemos chegar a um pleno amor por nós próprios. Sou o primeiro e mais íntimo Próximo de mim, e esta relação de mim para comigo passa, inevitavelmente, pela existência do Outro. Este é o termo terceiro, a referência transcendente por cuja mediação passo a construir a minha auto-estima. Eis aí o modelo da paz. (PELLEGRINO, Hélio. A burrice do demônio. Rio de Janeiro: Rocco, 1989. p. 94) 

Texto II 

PENSAMENTO DE AMOR 

Quero viver de esperança. Quero tremer e sentir! Na tua trança cheirosa Quero sonhar e dormir.

Todo o amor que em meu peito repousava, Como o orvalho das noites ao relento, A teu seio elevou-se, como as névoas, Que se perdem no azul do firmamento. Aqui...além...mais longe, em toda a parte, Meu pensamento segue o passo teu. Tu és a minha luz, - sou tua sombra, Eu sou teu lago, - se tu és meu céu.

À tarde, quando chegas à janela, A trança solta, onde suspira o vento, Minha alma te contempla de joelhos... A teus pés vai gemer meu pensamento. 

Oh! diz' me, diz' me, que ainda posso um dia De teus lábios beber o mel dos céus; Que eu te direi, mulher dos meus amores: - Amar-te ainda é melhor do que ser Deus! Bahia, 1865. (ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1976. p. 415-6) 

Texto III 

RONDÓ PRA VOCÊ 

De você, Rosa, eu não queria Receber somente esse abraço Tão devagar que você me dá, Nem gozar somente esse beijo Tão molhado que você me dá... Eu não queria só porque Por tudo quanto você me fala Já reparei que no seu peito Soluça o coração bem feito De você. Pois então eu imaginei Que junto com esse corpo magro Moreninho que você me dá, Com a boniteza a faceirice A risada que você me dá E me enrabicham como o que, Bem que eu podia possuir também O que mora atrás do seu rosto, Rosa, O pensamento a alma o desgosto De você. (ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo / Belo Horizonte: Martins / Itatiaia, 1980. V. 1. p. 121 )

Texto IV 

O AMOR E O TEMPO 

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera ! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embotalhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor ?! O mesmo amar é causa de não amar e o ter amado muito, de amar menos. (VIEIRA, Antônio. Apud: PROENÇA FILHO, Domício. Português. Rio de Janeiro: Liceu, 1972. V5. p.43)

 

Em relação aos textos I, II, III e IV, é correto afirmar que: 


O texto III apresenta o amor a uma mulher real, através de uma linguagem bem próxima da fala coloquial, enquanto o texto II evita o uso de metáforas e do predomínio do sentimentalismo. 


Os textos I, II, III e IV apresentam o amor como a fórmula possível e necessária para a construção de um modelo de paz duradoura, através da intermediação do Outro - nosso próximo. 


O texto I apresenta uma nítida preocupação social, defendendo o amor ao próximo, enquanto o texto IV deixa clara a fragilidade do tempo em relação a sentimentos profundos. 


O texto I trata do amor ao próximo como a mediação possível e necessária para a construção de auto-estima e o texto IV apresenta a fragilidade do amor sob a ação do tempo. 


Os textos II e III tratam do amor através da idealização da mulher amada e de subjetivismo acentuado. 

Gonçalves Dias escreveu, em um de seus poemas:

 No meio das tabas de amenos verdores, 

Cercada de troncos - cobertos de flores, 

Alteiam-se os tetos d’altiva nação (...) 


Assinale a afirmação correta sobre o poeta.


Sua concepção de arte deu origem a poemas em que a linguagem verbal busca reproduzir objetiva e realisticamente objetos decorativos, como um vaso chinês ou uma estátua grega. 


O embate entre o bem e o mal, típico tema romântico, assume para ele a forma da luta do oprimido contra o opressor, o que lhe permitiu uma visão ampla e humana do escravo. 


Em seus poemas, perde-se o rigor parnasiano, e o intenso trabalho com a sonoridade busca a liberação dos sentidos, “cárcere das almas”, que impede o acesso ao Nirvana.


Sua poesia indianista expressa concepção lírica e épica das nossas origens, reafirmando, no Brasil, os propósitos nacionalistas do Romantismo.


Sua poesia confessional, ao gosto do público médio de seu tempo, alia, de maneira singela, a natureza e os sentimentos, como se vê nos versos citados.

Leia o trecho a seguir, de José de Alencar. 

Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão. Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial. 

O romance Senhora, ilustrado pelo trecho


tematiza o adultério e a prostituição feminina, representados pelo interesse financeiro como forma de se ascender socialmente. Essa obra explora tanto aspectos do regionalismo nacional como os valores da vida urbana. 


mescla o regionalismo e o indianismo, temas recorrentes na obra de Alencar. Nele, o escritor tematiza, com escárnio, as relações sentimentais entre pessoas de classes sociais distintas, em que o pretendente é considerado pelo seu valor monetário. 


representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social. 


é obra ilustrativa do regionalismo romântico brasileiro. A história de Aurélia e de seus pretendentes mostra a concepção do amor, em linguagem financeira, como forma de privilégio monetário, além de explorar as relações extraconjugais. 


denuncia as relações humanas, em especial as conjugais, como responsáveis por levar as pessoas à tristeza e à solidão dada a superficialidade e ao interesse com que elas se estabelecem. Trata-se de um romance urbano de Alencar.